A falta de conhecimento nas comunidades pode levar ao atraso na ligação aos cuidados de HIV, e isso não tem idade, cabe ao agente comunitário fazer bem o seu papel para alcançar mais pessoas e salvar mais vidas na comunidade!

A manhã do dia 27 de julho era para ser mais um dia normal de trabalho e acima de tudo de sucesso, mas as circunstâncias ditaram sorte diferente. É que naquela manhã, a conselheira Isabel Almeida, teve a missão de visitar um caso índice e por consequência testar seu filho menor de 4 anos de sexo feminino. Fazendo a ligação telefónica para marcar a data de testagem, o primeiro número da mãe da criança não chamava e tentando para o Segundo número que forneceu a US, eis que este chamou e atendeu alguém que se identificou como a mãe do caso índice e que permitiu que a conselheira chegasse a casa. A conselheira, não adiantou o assunto que lhe levaria a casa, apenas pediu conhecer a casa. No mesmo dia, foi a casa e chegado lá, e já em conversa com a idosa mãe do caso índice, esta informa que a sua filha estará ausente por um tempo indeterminado, pois esta encontra-se na África do Sul onde trabalha e só regressa em Dezembro, daí que neste momento a responsável pela criança é ela a avó.

Pelo que, a conselheira explicou a razão da sua visita na casa e pediu consentimento para oferecer a testagem a criança. Ao que a avó respondeu…não tem problema, lhe autorizo a testar, desde que a mãe foi nunca mais fui a hospital com a menina…ela não tem se queixado de nada, mas vejo que não cresce como as outras crianças da idade dela.

E assim foi. Terminado o processo de testagem, a menor teve resultado positivo para o HIV, resultado este que obrigava-a ir ligar-se a US e iniciar o tratamento. Quando se sopunha que isto fosse acontecer, surge a primeira barreira: assisti tudo que fez, vi o resultado que saiu e que é positivo, mas não posso levar a minha neta agora para hospital. Tenho que esperar a mãe dela voltar para eu lhe informar, explicar tudo isso que você disse, e só depois que a mãe dela concordar é que irei com ela a hospital.

A conselheira Isabel iniciou mais uma secção do pós teste positivo, mas a avó da menina, não mudou de ideia. Pediu para ter paciência e esperar, pois, a neta nunca dormiu por doença, então pode esperar.

Foram necessárias 7 visitas de seguimento na casa e inúmeras chamadas por telefone para convencer a avó de que a criança precisava iniciar o tratamento, para seu próprio bem. Nas últimas 3 visitas a conselheira Isabel Almeida teve suporte do ponto focal da ELOS (Sarmento Manjate) e três educadoras de par, mais nada mudava a decisão da avó. Só na última visita é que foi possível convencer avó de que a saúde da criança era prioridade e um caso de urgência. Após uma longa maratona no dia 25 de Agosto de 2021, conseguimos ligar a criança aos C&T, prova de que o nosso maior valor é a vida e nossa missão como actores comunitários é levar o bem-estar e os serviços de saúde até as Comunidades.

E por acaso no dia da ligação, a avó ao chegar a US procurou pela conselheira e esta já estava na comunidade para mais uma missão de trabalho. Mas, explicou a ela para onde ela devia se dirigir e mostrar o papel de referência que ela havia deixado com ela agrafado em casa, que vão lhe atender. Já na sua saída da US, a avó da criança ligou para agradecer, e deixou as seguintes palavras: muito obrigado pela paciência que teve connosco, já fomos atendidos, foi fácil. E peço para continuar a procurar saber como estamos, pois posso não saber seguir algumas coisas então peço a sua ajuda nesta jornada porque não estou
habituada a vir a hospital